A produtora Imagem foi a maior produtora de audiovisuais do Rio de Janeiro, especializada em apresentações corporativas, nos anos 70.

Tive o prazer de trabalhar e criar nesta produtora.  Os donos eram Ledo Mendonça e Flavio Dam, dois excelentes jornalistas vindos do jornal Última Hora e da Revista Cruzeiro, ambos celeiros de excelentes profissionais.

A produtora Imagem estava bem equipada, tanto de profissionais como de máquinas, tinha o que havia de melhor nesse momento numa era “pré digital”.

Eram os anos dos “slides”, do Kodachrome e da fita magnética. Era o máximo.

A produção era continuada, cerca de 20 a 30 apresentações mensais, todas com alta qualidade e com investimentos em produção, o que dava o grande diferencial com os concorrentes.

O texto da locução era o grande destaque, figuras conhecidas como Cid Moreira, Chapelin e até Fernanda Montenegro enriqueciam as apresentações e dissimulavam a imperfeição técnica dos equipamentos ruidosos e que às vezes até davam seus bons xabus.

Outro destaque era a trilha sonora que acompanhava a locução, mais tarde reproduzida em boas e envolventes caixas de som.

Nesta época as soluções técnicas das apresentações corporativas estavam em plena evolução, usava-se o “mixer”, equipamento que gerava as mudanças dos slides, atendendo a um sinal gravado na fita.

Os novos mixers em pouco tempo já geravam fusões e até possibilitavam algumas animações, e podiam multiplicar as telas. Houve apresentações públicas com até 40 telas.

Assim avançavam as técnicas, porém sempre ficávamos dependentes da base mecânicas dos projetores. A maioria dos acidentes nas apresentações ocorria quando um slide e sua moldura de plástico se descolava e travava o carrossel do projetor.

Era um Deus nos acuda. Vivia-se no fio da navalha, a apresentação era passada e testada várias vezes, inclusive na própria sala da apresentação.

No manual de procedimentos se exigia estar na sala de apresentação quatro horas antes para os testes, mas nossa equipe, bem profissional e bem treinada, continuava presa ao acaso.

Mas não posso negar que fomos bem felizes com os parabéns, elogios e prêmios que merecidamente, de vez enquanto, apareciam.